Se você tem mais de 40 anos e sente que perdeu energia, disposição, força muscular, vontade de namorar ou até mesmo o prazer pelas coisas simples da vida, saiba que não está sozinho.
No meu consultório, atendo diariamente homens e mulheres que chegam com sintomas vagos, mas que atrapalham (e muito) a rotina: cansaço, ganho de peso, queda da libido e dificuldade para manter a saúde em dia.
Em boa parte desses casos, a resposta está nos hormônios — mais especificamente, na testosterona.
Neste artigo, você vai encontrar tudo sobre reposição de testosterona, explicado de forma clara, honesta e baseada na ciência. Meu objetivo é que você termine a leitura entendendo se esse tratamento faz sentido para o seu caso, quais são os benefícios, os riscos, e o que é mito ou verdade.
O que é testosterona e por que ela importa tanto?

A testosterona é um hormônio essencial — tanto para homens quanto para mulheres.
Ela é produzida principalmente nos testículos (homens), nos ovários (mulheres) e, em menor escala, nas glândulas adrenais. Pense nela como uma “central de energia” do corpo: influencia nossa vitalidade, força muscular, desejo sexual, humor, capacidade de concentração, saúde óssea e até o funcionamento do coração.
Depois dos 30 anos, os níveis de testosterona nos homens começam a cair em média 1% ao ano. Isso é natural e faz parte do envelhecimento. Porém, em algumas pessoas, essa queda acontece de forma mais intensa e precoce, trazendo sintomas que comprometem a qualidade de vida.
Quando a reposição de testosterona é indicada?

Entre as perguntas que mais escuto no consultório, essa está no topo: “Doutor, será que eu preciso de reposição?”
A reposição de testosterona só é indicada quando existe uma combinação de sintomas típicos e exames laboratoriais confirmando a deficiência. Não adianta olhar apenas o exame ou apenas o sintoma — é o conjunto que importa.
Sintomas que merecem atenção:
- Cansaço persistente, mesmo com descanso
- Perda de força e massa muscular
- Ganho de gordura abdominal
- Queda do desejo sexual e/ou disfunção erétil
- Alterações de humor, irritabilidade, desânimo
- Dificuldade de concentração e memória
- Redução da densidade óssea (osteopenia/osteoporose)
- Diminuição do rendimento físico e mental
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico começa com dois exames de testosterona total, sempre colhidos pela manhã. Também avaliamos outros hormônios como LH, FSH, SHBG e prolactina.
Além disso, investigamos causas reversíveis como obesidade, distúrbios do sono, uso de certos medicamentos, doenças crônicas ou estresse intenso. Afinal, o objetivo é encontrar a raiz do problema antes de indicar qualquer reposição.
As diretrizes médicas são claras: só deve repor testosterona quem tem sintomas e exames alterados. Não existe “reposição preventiva” ou “modulação hormonal” sem necessidade comprovada.
Benefícios da reposição de testosterona

Quando bem indicada e acompanhada, a reposição de testosterona pode transformar vidas.
Já acompanhei pacientes que voltaram a praticar esportes, melhoraram o relacionamento, resgataram a autoestima e ganharam mais disposição para o trabalho e a família.
Principais benefícios da reposição de testosterona:
- Melhora da libido e da função sexual
- Aumento da energia, disposição e bem-estar
- Ganho de massa muscular e força
- Redução da gordura corporal (sobretudo abdominal)
- Melhora da densidade óssea (prevenção de fraturas)
- Aprimoramento da memória, concentração e humor
- Melhor controle glicêmico e perfil de colesterol (em alguns casos)
- Potencial benefício cardiovascular em pacientes selecionados (estudos como o TRAVERSE mostram segurança)
Importante: cada organismo responde de um jeito. O acompanhamento individualizado faz toda a diferença.
Riscos e efeitos colaterais da reposição de testosterona

Nenhum tratamento é isento de riscos — e com a testosterona não é diferente. Eu sempre converso de forma transparente com os pacientes para que a decisão seja consciente.
Possíveis efeitos colaterais:
- Aumento do hematócrito (sangue mais “grosso”)
- Acne, pele oleosa
- Agravamento ou surgimento de apneia do sono
- Ginecomastia (aumento das mamas)
- Redução da fertilidade e atrofia testicular
- Aumento do PSA (exige monitoramento da próstata)
- Retenção de líquidos, inchaço
- Alterações de humor, irritabilidade
Contraindicações da reposição de testosterona
A reposição de testosterona é contraindicada em casos como:
- Câncer de próstata ativo ou suspeita não investigada
- Câncer de mama (homens e mulheres)
- Poliglobulia grave (hematócrito acima de 54%)
- Apneia do sono não tratada
- Insuficiência cardíaca grave descompensada
- Infarto ou AVC recente
- Trombofilias ou histórico de trombose
- Hiperplasia prostática grave com retenção urinária
- Desejo de fertilidade no curto prazo
- Alergia a componentes das formulações
Nunca inicie esse tratamento sem avaliação médica detalhada.
Quais são os tipos de reposição de testosterona?

No consultório, converso com o paciente sobre as opções disponíveis. A escolha depende do perfil, preferências, custo e resposta individual.
Injetáveis
- Cipionato de testosterona: aplicações mais frequentes; custo mais acessível, mas oscilações hormonais mais marcadas.
- Undecanoato de testosterona: aplicações a cada 10-14 semanas; mais estável, mas nem sempre funciona assim para todos.
Gel transdérmico
Aplicação diária na pele. Produz níveis mais estáveis e o ajuste de dose é simples. Porém, tem risco de transferência para parceiros, custo mais alto e pode causar irritação local.
Implantes subcutâneos
Não aprovados pela Anvisa. Eu não recomendo essa forma devido à falta de consenso sobre segurança e eficácia.
Como funciona o acompanhamento?
A segurança da reposição de testosterona depende de um acompanhamento rigoroso — o tratamento não termina com a receita.
Durante o tratamento:
- Exames laboratoriais a cada 3-6 meses no 1º ano; depois, anualmente
- Ajuste de dose conforme sintomas e exames
- Monitoramento do hematócrito, PSA, colesterol e enzimas do fígado
Individualização é a chave. Personalizamos dose, via de administração, frequência de exames e até plano alimentar e de exercícios.
Mitos e verdades sobre reposição de testosterona
- Testosterona causa câncer de próstata?
👉 Não há evidências de que a reposição adequada aumente esse risco em homens sem histórico da doença. - Só serve para ganhar músculos?
👉 A testosterona vai além: influencia energia, humor, saúde óssea, metabolismo, coração e muito mais. - Reposição é perigosa para o coração?
👉 Em pacientes bem acompanhados e sem contraindicação, costuma ser segura.
Cuidado com abusos: infelizmente, clínicas prometem milagres com doses inadequadas e sem diagnóstico. Automedicação ou compra de hormônios na internet é extremamente perigoso.
Perguntas frequentes sobre reposição de testosterona

1. Reposição de testosterona engorda?
Pode haver aumento de peso inicial por retenção de líquidos (temporário). Com o tempo, costuma melhorar a composição corporal: menos gordura, mais músculo.
2. A reposição é para a vida toda?
Depende da causa. Se o hipogonadismo for permanente, sim. Se for transitório, pode ser suspensa.
3. Mulheres podem fazer reposição de testosterona?
Sim, em doses menores e em situações específicas (como menopausa). O acompanhamento deve ser rigoroso.
4. Testosterona causa infertilidade?
Sim. Pode inibir a produção de espermatozoides — não é indicada para quem deseja ter filhos no curto prazo.
5. Dá para aumentar a testosterona só com alimentação e exercícios?
Um estilo de vida saudável ajuda a otimizar níveis naturais, mas não resolve deficiências reais.
6. Quem tem histórico familiar de câncer de próstata pode repor testosterona?
É possível, mas o caso precisa ser avaliado com ainda mais cuidado.
Agora você sabe tudo sobre reposição de testosterona: quando ela é indicada, quais são os benefícios, riscos e formas de tratamento.
A chave é diagnóstico correto + acompanhamento contínuo + personalização. Não caia em promessas fáceis — procure sempre um médico especialista e atualizado.
Agende uma consulta. Vamos avaliar juntos se a reposição de testosterona é o caminho certo para você.
Agende sua consulta online de qualquer lugar do Brasil ou presencial em Ribeirão Preto com Dr. Gustavo Solano!

Dr. Gustavo Solano
CRM 106353 SP / RQE 55075 CRM SP
Médico especialista em Clínica Médica e Nutrologia, palestrante e diretor da Clínica Solano