Jejum Intermitente e Dieta Cetogênica para perder peso

Jejum Intermitente e Dieta Cetogênica

Será que dieta cetogênica e Jejum intermitente emagrece? Acredito que você já tenha ouvido esses termos pelo menos uma vez na vida. É preciso que fique bem claro o que são e suas consequências à saúde.

O que é a Dieta Cetogênica?

A dieta cetogênica não é tão simples como a grande mídia tem veiculado, o acompanhamento médico nutricional é necessário para que o indivíduo possa aproveitar todos os seus benefícios sem causar nenhum dano à saúde.

Seu uso antigamente se dava como uma tratativa terapêutica para crianças que sofriam de epilepsia refratária. Essa vertente tem a The Charlie Foundation como referência.

Hoje é indicada como uma das alternativas para o emagrecimento.

O nome cetogênica ou cetônica deve ao fato de que ela induz o organismo a um estado de “cetose”, processo natural do organismo, em decorrência de uma baixa ingestão de carboidratos. Esse mecanismo faz com que o organismo produza cetonas no fígado que são usadas posteriormente como um “combustível” pelo corpo.

Como fazer a dieta cetogênica? Como ocorre a cetose?

Naturalmente, o corpo prefere utilizar glicose como fonte de energia para se manter ativo.

Com a redução da oferta de carboidratos, são produzidos corpos cetônicos, substâncias derivadas da oxidação de gorduras,  e que serão usados como fonte de energia. Esse processo é acelerado durante a dieta cetogênica.

Uma informação importante é que entrar em estado de cetose não é nada fácil, em média o corpo precisa de 3 a 7 dias, fazendo com que o acompanhamento médico nutricional seja imprescindível para que não haja nenhum dano à saúde.

Gordura x Proteína

Muitas pessoas acham que esse estilo alimentar tem como base principal o alto consumo de alimentos proteicos.

Acreditem, na cetogênica a gordura tem um espaço maior, mas não pensem que está liberado o consumo de frituras e alimentos de baixo valor nutricional.

Aqui a qualidade é fundamental e o consumo de gorduras boas é priorizado. As proteínas também estão liberadas, mas em menor quantidade.

Estudos mostra que a cetogênica pode reduzir percentual de gordura corporal,  mas na maioria das vezes há perda de massa magra associada.

Mesmo assim, pode ser uma estratégia para combater resistência insulínica e reduzir parâmetros de risco cardiovascular no curto prazo.

Efeitos

Uma das queixas dos pacientes é a perda de energia para realizar as atividades do dia a dia logo após terem iniciado a dieta cetogênica. Calma, isso é normal, porque como a fonte de energia oferecida ao organismo mudou, esse período de adaptação ocorre.

Alguns sintomas como dores de cabeça, mal estar, fadiga e falta de ânimo para treinar são comuns e, com o tempo tendem a diminuir.

Uma alternativa para isso seria alternar ou ciclar com períodos de ingestão de carboidratos integrais e de boa qualidade, estimulando a ressíntese de glicogênio e inibindo a homeostase.

Vale lembrar que é importante o consumo de alimentos saudáveis como frangos, peixes, ovos, carnes, óleo de coco, abacate, oleaginosas, batata doce, mandioca, inhame…

Dieta Cetogênica e seus benefícios

Recorrer à dieta cetogênica como única forma de perda de peso não é a maneira mais certa de atingir seu objetivo, visto que, se mal conduzida ela pode trazer prejuízos à saúde.

Contudo, se bem feita e tendo sempre um acompanhamento médico-nutricional qualificado, seus resultados podem ser satisfatórios no quesito redução de gordura corporal.

O consumo de gorduras boas promovem uma maior sensação de saciedade que os demais alimentos, junto com a diminuição de insulina graças ao menor consumo de carboidratos. Menos insulina disponível no organismo, menor necessidade do corpo em buscar outras fontes de energia.

E aí a gordura acumulada torna-se o principal combustível para produzir energia.

Não se esqueça da saúde intestinal

O aumento da ingestão de gorduras e proteínas pode comprometer a saúde intestinal.

Por conta disso, devemos priorizar a ingestão de verduras e legumes ricos em carboidratos complexos, folhas verdes e vegetais crucíferos.

Por serem ricos em fibras contribuem para manter sempre saudável a microbiota intestinal, evitando casos de prisão de ventre, constipação entre outros. E muita, muita  água!

Mas e o jejum intermitente, emagrece?

Se buscarmos nos dicionários, a palavra jejum significa privação de comida, durante um determinado período do dia. Seu uso é empregado em algumas religiões como penitências interiores, sendo uma das ferramentas no processo de reforma íntima espiritual.

O jejum intermitente é usado por algumas pessoas como uma alternativa na perda de peso, onde são intercalados períodos de privação alimentar, obrigando o organismo a usar suas reservas para manter a atividade metabólica.

O período de duração pode variar de 14h a 16h sem que hajam prejuízos.

O que pode durante o jejum intermitente?

O consumo de água, chás e café sem açúcar ou adoçante são permitidos.

Um ponto importante que deve ser levado em conta é nunca fazer nada que mude os padrões de alimentação sem acompanhamento médico nutricional adequado e a prática do jejum deve ser sim acompanhada de perto por um profissional de saúde.

Jejuar faz bem para a saúde?

Estudos mostram que o JI leva a melhora na qualidade do sono e humor, a produção hormonal é regularizada, contribui na prevenção de doenças crônicas, além de reduzir  riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.

A redução da gordura abdominal também é acentuada, graças ao aumento da atividade metabólica. O controle dos níveis de insulina no sangue ajuda os pacientes pré diabéticos ou portadores da doença a manterem maior qualidade de vida.

Há um estimulo para a remoção de resíduos do corpo, conhecido como autofagia, melhorando a saúde celular. Com o jejum o sistema nervoso é beneficiado e o seu cérebro agradece.

O que deve ficar bem claro é que jejum intermitente não é dieta e seu foco não deve ser apenas perda de peso.

Ele é um aliado a novos hábitos alimentares, auxiliando o organismo no processo de ganho de saúde, podendo ser intercambiado com outras estratégias nutricionais.

O mais importante de tudo, é definir qual a conduta mais adequada para o nosso paciente.

Não generalize! Individualize!

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Referências

Foster GD, et al. A randomized trial of a low-carbohydrate diet for obesity. New England Journal of
Kris Gunnars, BSc. Authoritynutrition. 10 Evidence-Based Health Benefits of Intermittent Fasting. 
Kris Gunnars, BSc. Authoritynutrition. Intermittent Fasting 101 – The Ultimate Beginner’s Guide 
Rudy Mawer, MSc, CISSN Authoritynutrition. The Ketogenic Diet 101: A Detailed Beginner’s Guide 

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