Para que servem os probióticos e qual a relação com a flora intestinal?

Para que servem os probióticos e qual a sua relação com a flora intestinal?

O que é flora intestinal?

A flora intestinal, ou microbiota intestinal, refere-se ao conjunto complexo e dinâmico de microrganismos que habitam o trato gastrointestinal humano.

Este ecossistema microbiano compreende uma vasta diversidade de bactérias, vírus, fungos e arqueias, interagindo de maneira simbiótica com o hospedeiro.

Como se forma a flora intestinal?

A formação da flora intestinal, é um processo complexo, que começa desde o nascimento e continua ao longo da vida.

Durante o parto, o bebê é exposto às bactérias da mãe, do ambiente e, especialmente, da flora vaginal ou da pele.

Bebês nascidos por cesariana, podem ter uma microbiota inicial diferente daqueles nascidos por parto vaginal, devido à ausência do contato com as bactérias vaginais.

A amamentação também desempenha papel fundamental na formação da microbiota.

O leite materno contém oligossacarídeos que funcionam como prebióticos, promovendo o crescimento de bactérias benéficas, além de conter anticorpos e outras substâncias que ajudam a modular o sistema imunológico do bebê.

A introdução de alimentos sólidos e a diversificação da dieta também influencia a composição e diversidade da microbiota.

No entanto, fatores como má alimentação, obesidade, estresse, má qualidade do sono, sedentarismo, ingestão de álcool, uso de determinados medicamentos, impactam negativamente a composição da flora intestinal.

Quais as principais funções da flora intestinal?

Digestão e Metabolismo

A microbiota intestinal, participa ativamente da quebra de componentes complexos dos alimentos.

Bactérias específicas auxiliam na fermentação de fibras alimentares não digeríveis, produzindo ácidos graxos de cadeia curta, fundamentais para a saúde intestinal.

Além disso, contribui para a síntese de vitaminas, como a vitamina K e algumas vitaminas do complexo B.

Absorção de Nutrientes

As bactérias intestinais desempenham importante papel na absorção e assimilação de nutrientes.

Esse processo ajuda a garantir a disponibilidade adequada de vitaminas, minerais e outros elementos essenciais.

Melhora da Imunidade

A interação precoce da microbiota, com o sistema imunológico, é fundamental para o desenvolvimento e maturação adequados das células imunológicas. Isso é particularmente importante nos estágios iniciais da vida.

Além disso, a flora intestinal pode acelerar a produção de linfócitos T e B, essenciais para a resposta imunológica adaptativa.

Proteção contra Patógenos

Aliada a mucosa intestinal, a microbiota protege o nosso corpo através de várias maneiras:

  • Diminui a adesão de bactérias patogênicas a parede intestinal
  • Evita a penetração de patógenos na corrente sanguínea
  • Estimula a secreção da imunoglobulina IgA, responsável por proteger a mucosa do intestino contra fungos, bactérias e vírus
  • Tem ação antitumoraL, ajudando na prevenção do câncer

Saúde geral e microbiota intestinal

Composta por diversas bactérias, a microbiota impacta diretamente o sistema metabólico, afetando o balanço energético e contribuindo para a regulação glicídica e lipídica.

Há evidências que mostram a relação direta entre inflamação subclínica, resistência insulínica e doenças cardiovasculares, com a composição de bactérias intestinais.

A flora intestinal também tem uma conexão forte com a obesidade e o metabolismo energético.

Indivíduos obesos geralmente apresentam desequilíbrio da flora, com predomínio de firmicutes sobre bacteroidetes. Em contrapartida, com a perda de peso, o equilíbrio se reestabelece.

Estudos recentes mostraram que ratos obesos, ao receberem transplante de fezes de ratos magros, emagreceram, sem necessidade de mudanças na dieta.

Fora tudo isso, uma microbiota intestinal saudável também tem papel relevante para saúde óssea e a função neurológica.

Veja também: Diarreia Crônica: o que é e como diagnosticar?

Como deixar a flora intestinal saudável?

Uma série de ações e comportamentos são necessários, entre os mais importantes, temos:

  • Dieta personalizada
  • Controle do peso
  • Suplementação de probióticos
  • Boa qualidade do sono
  • Hidratação adequada
  • Gestão do estresse
  • Uso criterioso de antibióticos
  • Atividade física regular

O que são probióticos?

Os probióticos são microrganismos vivos, em sua maioria bactérias e leveduras, que podem conferir benefícios à saúde do hospedeiro quando indicados em situações específicas.

O termo “probiótico” deriva do grego, significando “a favor da vida”. Os principais grupos de bactérias probióticas incluem Lactobacillus e Bifidobacterium, podendo contribuir para a diversidade e equilíbrio da flora intestinal.

Os mecanismos pelos quais os probióticos exercem seus efeitos benéficos são multifacetados. Eles competem com patógenos por nutrientes e sítios de aderência, inibindo sua proliferação.

Além disso, os probióticos podem modular a resposta imunológica do hospedeiro, estimulando a produção de citocinas anti-inflamatórias e potencializando a função de células imunológicas.

A prescrição terapêutica dos probióticos abrange diversas condições, incluindo distúrbios gastrointestinais, desordens da digestão, alergias, doenças inflamatórias, e até mesmo condições neurológicas.

É crucial notar que a eficácia dos probióticos está intimamente ligada à sua dose, cepa específica e viabilidade durante o consumo.

Embora os probióticos sejam geralmente considerados seguros para a maioria das pessoas, certos grupos, como indivíduos imunocomprometidos, devem procurar sempre orientação médica antes de iniciar a suplementação.

Alimentos ricos em probióticos

Alimentos Fermentados:

  • iogurte,
  • chucrute,
  • kefir,
  • kombucha,
  • leite fermentado,
  • tempeh,
  • picles fermentado,
  • Certos alimentos processados são enriquecidos com cepas probióticas durante a fabricação. Exemplos incluem alguns tipos de queijos, cereais e barras energéticas.
  • Cápsulas, comprimidos ou pós que contenham concentrações específicas de cepas probióticas.

Suplementação com probióticos: Dr. Gustavo Solano

A suplementação com probióticos deve ser uma prática individualizada. Recomendo avaliação de um médico nutrólogo para orientações personalizadas, considerando diferentes cepas probióticas e suas funções específicas.

A abordagem personalizada, garante que a suplementação atenda às necessidades individuais e objetivos de saúde.

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