As causas do transtorno de ansiedade, ainda não foram completamente elucidadas pela ciência, porém, alguns estudos mostram que esta condição, pode ser “fruto” do desequilíbrio da nossa microbiota intestinal.
A relação entre a mente e o intestino tem sido objeto de crescente interesse entre os cientistas. Estudos recentes sugerem que a ansiedade pode desempenhar um papel significativo na saúde da flora intestinal, afetando não apenas a digestão, mas também a imunidade.
Neste artigo, exploraremos mais a fundo a conexão entre ansiedade e flora intestinal, examinando as evidências científicas por trás dessa relação e discutindo como promover uma melhor saúde física e mental. Continue a leitura!
Saúde intestinal x ansiedade
Enquanto alguns microorganismos podem proteger a saúde mental, outros podem causar desordens.
Em estudo recente, pesquisadores ingleses observaram aumento do medo e da angústia (características comuns da ansiedade ), em indivíduos que apresentavam desequilíbrio da flora intestinal, também chamada de disbiose intestinal.
Os microorganimos da flora intestinal são capazes de produzir a maioria dos neurotransmissores, influenciando no nosso comportamento e no funcionamento do sistema nervoso.
Entre esses neurotransmissores, temos a serotonina, que apresenta capacidade de neutralizar a ansiedade e depressão, à nível central.
Ou seja, grande parte dos estudos feitos em roedores, sugeriram que mudanças na microbiota intestinal, produziram mudanças cerebrais a nível químico e também molecular.
Em pesquisa realizada por Sudo e colaboradores, ratos que apresentavam disbiose intestinal, receberam um coquetel de antibióticos não absorvíveis, levando, obviamente, à alterações no perfil da microbiota intestinal. Essa era realmente a ideia!
E como resultado, foi observado redução da ansiedade nesses roedores, e aumento dos níveis de compostos circulantes benéficos para o cérebro.
Outros estudos, vem mostrando que a transferência ( transplante ) de fezes de ratos saudáveis, para o intestino de ratos com ansiedade, resultou em melhora importante do quadro.
Os níveis circulantes de cortisol também são bem mais elevados em ratos com disbiose intestinal, do que naqueles com flora intestinal saudável, quando expostos aos mesmos fatores estressores.
Inúmeros probióticos foram testados como estratégia terapêutica em roedores com ansiedade, sendo os gêneros Bifidobacterium e Lactobacillus aqueles que proporcionaram melhores resultados terapêuticos.
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Probióticos e ansiedade
E não podemos deixar de falar sobre o papel dos probióticos na modulação da inflamação crônica, reduzindo níveis circulantes de IL-6, TNF alfa e PCRus, colaborando dessa forma com a melhora dos sinais e sintomas da ansiedade.
Eu falei até agora, muito sobre estudos em roedores, no entanto, nos últimos estamos vendo uma avalanche de pesquisas em humanos, algumas já finalizadas, muitas ainda em andamento, e boa parte corroborando os resultados dos estudos feitos em animais, ainda que com mais complexidade.
Senso assim, o uso de probióticos, prebióticos, pósbióticos, psicobióticos, antibióticos…, como estratégias para se alcançar uma microbiota saudável, vêm emergindo como mais uma fronteira no tratamento da ansiedade.
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Tratamento de doenças intestinais e da digestão: Dr. Gustavo Solano
Sou o Dr Gustavo Solano, médico, especialista em Clínica Médica e Nutrologia e, há quase duas décadas que eu me dedico ao estudo de estratégias médicas, nutricionais e comportamentais direcionadas para promover mais saúde intestinal aos meus pacientes.
O meu trabalho, como médico nutrólogo, é totalmente personalizado e respaldado pela ética e ciência
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CRM 106353 SP / RQE 55075 CRM SP
Médico especialista em Clínica Médica e Nutrologia, palestrante e diretor da Clínica Solano