Para que serve a testosterona: seu papel, importância, efeitos!

Para que serve testosterona

De cada 10 mortes no Brasil, 3 são devidas a doenças cardiovasculares, aproximadamente 30% dos casos. E não é só isso, os homens apresentam maior chance de eventos cardiovasculares, se comparado as mulheres. Porque essa diferença?

Tal desigualdade deve estar ligada a fatores ambientais, hormonais e genéticos. Quer entender o papel e a importância da testosterona na saúde masculina? Explicamos melhor os efeitos da testosterona na saúde masculina. Confira agora!

Testosterona na saúde masculina – riscos do baixo nível de testosterona

Baixos níveis de testosterona endógena, produzidas naturalmente pelo nosso corpo, estão ligadas diretamente a diversos problemas de saúde.

Dentre eles destaco a dislipidemia (colesterol e triglicerídeos elevados); obesidade visceral; hipertensão arterial sistêmica e estados pró trombóticos.  

Homens com maiores níveis de testosterona, por outro lado, apresentam um risco 42% menor de desenvolver diabetes tipo 2.

A hipótese mais provável para esses benefícios, seria o aumento de massa magra e a redução da resistência insulínica, promovidos pelos níveis mais altos de testosterona.

Baixos níveis de testosterona e obesidade

Indivíduos com obesidade grave tem frequentemente baixos níveis de testosterona total, porém, tais mecanismos não são completamente esclarecidos.

Um mecanismo proposto para essa redução de testosterona em obesos, seria o aumento da conversão periférica de testosterona em estrógenos. Isso se dá através de uma enzima chamada  aromatase, presente em grande quantidade no tecido adiposo, fenômeno este chamado de aromatização.

Ou seja, se eu tenho um percentual de gordura maior, tenho mais aromatase. Isso significa que converto mais testosterona em estrógenos.

Efeitos da testosterona na saúde masculina

A testosterona também ativa os receptores beta adrenérgicos e a lipase hormônio sensível, estimulando assim a lipólise e reduzindo os estoques de gordura.

As formulações de testosterona exógena disponíveis para uso clínico são intramuscular, transdérmica, oral e implante subcutâneo, sendo a via intramuscular a mais amplamente utilizada. A testosterona injetável fornece níveis supra fisiológicos (acima dos limites superiores da normalidade) inicialmente, os quais caem lentamente, levando a oscilações dos seus níveis sanguíneos.

A transdérmica, geralmente disponíveis na forma de gel, fornece níveis de testosterona mais fisiológicos.

Os derivados 17 alfa alquilados (fluoximeterona, metandrostenolona, oximetolona, metiltestosterona, stanozolosão) são efetivos, porém levam a elevação das enzimas hepáticas, colestase, peliose e tumores hepáticos. Os implantes de testosterona subcutânea fornecem níveis plasmáticos normais do hormônio por 3 a 6 meses, mas são muito pouco usados e difundidos na prática diária.

Reposição de testosterona no homem e doenças cardiovasculares

Os efeitos da reposição de testosterona nos fatores de risco para doenças cardiovasculares, podem depender da via de administração, duração do tratamento e da idade do paciente.

Os dados ainda são conflitantes. Enquanto estudos mostram redução do colesterol bom com a reposição de testosterona intramuscular ou transdérmica, outros não mostram tais alterações.

A associação entre testosterona e mortalidade cardiovascular também tem despertado o interesse de vários pesquisadores, e numerosos estudos vêm sendo publicados sobre o tema.

Da mesma forma que se observa a partir dos assuntos abordados anteriormente, controvérsias existentes na literatura.

Foi realizado um estudo prospectivo com 12 anos de acompanhamento, com 1.009 homens com idade entre 40 e 79 anos, residentes da comunidade de Rancho Bernardo, na Califórnia. Neste estudo, não foi encontrada correlação estatística entre níveis basais de testosterona total e desenvolvimento de doença cardiovascular.

Posteriormente, nessa mesma comunidade, num período médio de acompanhamento de 11,8 anos, verificou-se dados distintos. Em 794 homens idosos, com baixos níveis de testosterona bio-disponível e total, uma taxa mais elevada de doença cardiovascular.

O interesse científico pelo papel da testosterona na saúde masculina e na patologia cardiovascular vem crescendo de forma rápida.

Pelo que conhecemos atualmente, a testosterona endógena, produzida naturalmente exerce um efeito neutro e/ou benéfico no sistema cardiovascular masculino.

No que se refere à testosterona exógena, ou terapia de reposição hormonal, as incertezas aumentam. Nesse caso, os resultados dos estudos são bastante variáveis na dependência dos valores basais desse hormônio no momento da reposição, da dose administrada e da idade do paciente.

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Referências sobre os efeitos da testosterona na saúde masculina:

  • Archives of endocrinology and metabolismo – Testosterona sérica e doença cardiovascular em homens (2009) – Revisão
  • Endocrinologia Feminina e Andrologia – Ruth Clapauch

Dr. Luiz Gustavo Solano
Médico Nutrólogo em Ribeirão Preto – CRM 106353 / RQE 55075

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