Intestino e Endometriose: qual a relação?

intestino endometriose

Pesquisas recentes vêm mostrando uma conexão fascinante entre o microbioma intestinal e a endometriose. 

Essa condição inflamatória, que afeta até 10% das mulheres em idade reprodutiva, muitas vezes é acompanhada por sintomas gastrointestinais, semelhantes aos da síndrome do intestino irritável (SII). 

Isso levanta a questão: O intestino poderia influenciar o desenvolvimento da endometriose? Parece que sim! Continue a leitura e saiba mais!

Disbiose Intestinal e Endometriose

A presença de desequilíbrio da flora intestinal, condição esta conhecida como disbiose intestinal, pode comprometer a saúde reprodutiva da mulher.

A relação entre a disbiose intestinal e a endometriose vai além do que se imagina. 

Estudos indicam que o desequilíbrio na microbiota intestinal está associado a níveis mais elevados de inflamação e maior produção de estrogênio. 

Esses fatores, em conjunto, podem não apenas intensificar os sintomas, mas também acelerar a progressão da doença. 

Manter uma microbiota equilibrada se torna, assim, um fator crucial para controlar e mitigar os efeitos da endometriose.

Outro ponto importante é que a disbiose pode comprometer a permeabilidade intestinal

Isso significa que a barreira natural do intestino fica fragilizada, permitindo que substâncias prejudiciais entrem na corrente sanguínea. 

Esse aumento da permeabilidade intensifica a inflamação, gerando um círculo vicioso que alimenta a dor e os sintomas da endometriose.

Diante desse cenário, os pesquisadores têm investigado como ajustes médicos e nutricionais podem influenciar o microbioma e, consequentemente, a endometriose. 

Alimentação e endometriose

Dietas com baixo teor de FODMAPs, por exemplo, têm mostrado benefícios em mulheres que sofrem de endometriose e distúrbios gastrointestinais. 

Essas dietas ajudam a reduzir a dor abdominal e a melhorar a qualidade de vida. 

Embora as respostas variem de paciente para paciente, o que se observa é uma correlação positiva entre a dieta e o alívio dos sintomas.

Outra abordagem promissora é a prescrição de probióticos, compostos que contém bactérias benéficas para o intestino. 

Estudos iniciais indicam que a suplementação com probióticos pode ajudar a reequilibrar a microbiota e reduzir a inflamação. 

Estamos engatinhando nessa área, mas a idéia de manipular o microbioma como mais uma forma de tratamento da endometriose, é bastante animadora.

Embora as terapias tradicionais ainda sejam necessárias, a integração de intervenções nutricionais, suplementação específica e restauração da microbiota intestinal, oferecem novas esperanças para quem sofre dessa condição.

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Dr. Gustavo Solano

CRM 106353 SP / RQE 55075 CRM SP

Médico especialista em Clínica Médica e Nutrologia, palestrante e diretor da Clínica Solano

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